quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Concurso Público


Como passar em Concurso Público? Não é questão de inteligência acima da média, mas de determinação e disciplina.

Hoje em dia, quando vemos um almejado cargo público com inscrições abertas e verificamos 100 mil, 200 mil e as vezes até 300 mil candidatos disputando algumas poucas dezenas de vagas, desanimamos afinal... é muita gente para pouca vaga.

Se você pensa assim, está pensando errado. Conquistar um bom cargo público não é, como muitos pensam, apenas para os privilegiados, que tiveram uma boa educação e encaminhamento – claro que estes tem alguma vantagem, mas conquistar um cargo público é uma possibilidade viável para TODOS, inclusive você, que não gosta muito de estudar, teve uma educação “nas coxas”, empurrando a escola com a barriga ou mesmo terminou o ensino médio por supletivo... parafraseando Obama, “Sim! Você Pode!” Desde que mude alguns hábitos, se discipline e, principalmente, tenha (ou desenvolva) aquilo que os concurseiros chamam de EYE OF THE TIGER.

O Eye of the Tiger (EOTT) é a determinação interior, aquele momento em que você impõe para si mesmo uma única possibilidade: o sucesso custe o que custar, leve o tempo que levar, mesmo que você não tenha nada, mas colocando-se pronto para enfrentar as dificuldades que todo concurseiro enfrenta... e olha, conheço pessoas que não tinham o menor perfil, gostavam de sair, beber, balada sempre, estudar nunca... e resolveram mudar de vida, compreendendo que o sacrifício que as vezes pode durar um ou dois anos valem muito a pena e você terá o resto da sua vida para colher os frutos.

Quem me trouxe para o universo do Concurso Público foi minha companheira. Eu, jornalista e publicitário, gastava meu tempo livre com coisas que eu gosto como música, artes, literatura, filmes enquanto a via estudando praticamente o fim de semana todo... em minha ignorância, cheguei até a ficar chateado com isso, afinal ela não tinha tempo para mim.

Então chegou o dia que ela atingiu um nível bom de concurseira, passando em concursos importantes e me ultrapassando bastante em termos de salário e benefícios. Comecei a sentir-me diminuído, menor na relação, ignorante que sou, causei problemas à relação, dizendo que ela estava perdendo a vida dela, que aquilo não era importante. No fundo, aquilo era só insegurança minha... e levei a porrada merecida.

“Eu vejo você aí curtindo a vida, aproveitando bons vinhos, bons filmes, tocando com sua banda enquanto eu estou trancada no meu quarto preocupada com nosso futuro. Você acha que eu gosto disso? Você acha que eu sinto prazer em perder minha juventude trancado num quarto estudando sintaxe e regência?”
Ao ouvir isso, compreendi o quanto eu estava sendo egoísta. Naquele dia eu, que nunca gostei muito de estudar, resolvi entrar de cabeça (com a ajuda dela), no universo do concurso público. Me surpreendi ao me deparar com um verdadeiro universo, com grupo de pessoas que se apóiam, trocam informações e de um mercado gigantesco de editoras que desenvolvem apostilas e escolas especializadas ministrando cursos presenciais e vídeo aulas voltadas a estes concurseiros.

Os concurseiros são pessoas de diversos nichos e características. Hoje em dia não existe um “perfil” de concurseiro. Antigamente, há 30 anos atrás, quando ninguém queria ser funcionário público, passar numa prova de escrevente técnico judiciário, por exemplo, era simples. Hoje um candidato precisa estudar muito para passar e ao obter sucesso, encontra no fórum um cartório com dezenas de escreventes que estão lá há 20 anos e não valorizam seus cargos, estão viciados do estereótipo de funcionário público e alimentam o senso comum que temos destes trabalhadores (de lentos, com má vontade de trabalhar, desinteressados). As dificuldades de encontrar trabalho na iniciativa privada e os baixos salários fazem com que milhares de jovens busquem a iniciativa pública, através de concursos e com melhores salários. Assim, em alguns anos, teremos uma renovação no quadro de funcionários públicos, com pessoas mais jovens, criativas e determinadas trabalhando, cientes da importância e valor de seus cargos nos dias atuais – e você pode estar lá.

Outra coisa que conheci tornando-me concurseiro foi “a fila”. É um conceito difícil de explicar... trata-se de uma ideia de uma fila virtual, onde o que conta é o “quando” você vai passar. Ao se inscrever num concurso, você procura um fórum de discussão relacionado à ele e encontra pessoas que há dois concursos atrás para esse mesmo cargo tiveram uma classificação final de 1.684º lugar, não entrando para o número de vagas. No concurso passado, essa mesma pessoa ficou em 394º lugar, subindo na fila e não entrando no número de vagas por pouco. Nesse concurso atual certamente ela entrará porque continuou estudando e está subindo na fila. Alguns entram na fila mais a frente, outros nem precisam entrar e já passam e primeira... isso depende muito, mas é certo que uma hora sua vez chega!

Bem, é isso. Estudar é o único segredo. Alguns estudam anos e passam. Outros estudam meses e passam. Tudo depende da sua facilidade em assimilar assuntos e matérias e do cargo que você quer conquistar, mas o certo é que todos que realmente se envolverem e determinarem com o Eye of The Tiger, conquistarão seus frutos.

Em breve publicarei mais textos sobre a vida e as “manhas” dos concurseiros. Espero que não desanimem...e força total!

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